sábado, 21 de julho de 2012

Usando o Google Docs nas entrevistas

Quando terminei de organizar o roteiro de entrevistas, percebi que eu teria que pensar em como sistematizar os dados coletados antes de partir para o campo propriamente dito. O roteiro tinha trinta questões, várias perguntas dissertativas ou com mais de uma possibilidade de resposta. Se eu fosse simplesmente anotar em um formulário padrão as respostas, o fim do mundo (previsto para 2012) chegaria na minha porta bem antes! Assim, eu precisava encontrar uma solução que facilitasse a minha vida e fosse também acessível aos meus sujeitos da pesquisa. Encontrei o Google Docs que permite elaborar formulários com questões abertas e fechadas, com envio do link apenas para os sujeitos que queremos entrevistar. O formulário é bem simples de elaborar, exitem várias opções de formatação que deixam o formulário com um layout bacana e a principal vantagem: podemos tabular os dados na planilha eletrônica! A estratégia deu certo e os meus sujeitos da pesquisa responderam as trinta questões formuladas de forma satisfatória (foram setenta e oito sujeitos pesquisados). Para quem não conhece o Gdocs, vale a pena dar uma olhada e pensar em novas formas de acesso aos sujeitos e compartilhamento dos arquivos com outras pessoas. Quem quiser conhecer o formulário utilizado na primeira parte da pesquisa, é só clicar aqui.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Os sujeitos da pesquisa

Passei o ano todo em 2011 realizando as entrevistas da primeira parte da pesquisa. O primeiro momento da pesquisa tem como objetivo coletar dados mais abrangentes que possam retratar a realidade de um grupo maior de sujeitos. O meu maior problema é que os recortes são muito precisos, o meu sujeito tem que ser egresso ou concluinte de uma licenciatura a distância, ser professor da rede pública de ensino, estar efetivamente em sala de aula e residir na Paraíba ou Pernambuco. Parece fácil, mas selecionar os sujeitos foi uma áfrica! Consegui 78 sujeitos respondentes na primeira etapa (a meta inicial era 150 professores) e selecionei 25 para aprofundar as questões da pesquisa. Na primeira parte, os professores responderam 30 perguntas sobre o seu perfil (questões fechadas), sobre o contexto das suas escolas e sobre a sua prática em sala de aula com o uso da tecnologia digital (questões abertas em formato de texto). Imaginem a quantidade de dados! Entre louca e pirada, comecei a organizar as respostas e para a minha completa surpresa, foram surgindo mais perguntas ainda! Ohhhhh... O problema, ou melhor, a solução foi que quanto mais os resultados me surpreendiam, mais eu queria aprofundar as questões e encontrar novas nuances. A questão inicial da pesquisa se desdobrou em muitas outras e o redirecionamento do trabalho fez com que os objetivos fossem muito além do que eu pretendia. É claro que vou contar todos os detalhes aqui no blog, just wait!

domingo, 15 de julho de 2012

Uma breve justificativa

A intenção inicial ao escrever um blog sobre a minha pesquisa, era compartilhar uma espécie de diário da pesquisa científica com outros professores, orientandos e alunos. Entretanto, a realidade da pesquisa é bem diferente do que eu pensava inicialmente. Os processos de construção da teoria que exigem a leitura de toneladas de textos, matariam de tédio os leitores se eu fosse descrever todo o percurso da leitura, as dúvidas e as possíveis conclusões. Não, queridos, eu não faria isso com vocês. Outra questão essencial é a ética na pesquisa. A ética não diz respeito apenas ao tratamento dos sujeitos e dos dados, mas também ao processo de divulgação. Como publicar dados que ainda estavam em análise? Ao publicar qualquer coisa na rede, estamos referendando as informações que podem ser utilizadas por outras pessoas (na perspectiva do Creative Commons, é claro!). Aqui temos dois problemas: o primeiro é que só posso compartilhar informações validadas, consistentes e assinadas com o meu nome e sobrenome para que possam servir de referência científica para outras pessoas. O segundo problema é que tenho como prática divulgar na rede tudo o que eu produzo (artigos, livros, vídeos etc.) mas só depois que foram publicados em algum lugar. Faço isso não porque me preocupo em ser copiada por alguém, acredito que ser copiada é, em última análise, uma honra porque alguém achou que o meu texto era bom o suficiente para colocar o seu nome nele (ironia mode on, como diria meu amigo Sérgio Lima). A questão é que sempre existe a possibilidade de alguém dizer que eu copiei os dados e não o contrário (sim, parece incrível, mas isso acontece). Para evitar qualquer problema, prefiro compartilhar o que já está registrado em algum lugar. Assim, o blog será agora uma síntese da pesquisa que realizei nos últimos dois anos, com descrição dos percursos realizados, ajustes, dados e resultados. Uma espécie de relatório de pesquisa no formato de um blog. Bem mais palatável para ler (vou incluir até os palavrões que precisei utilizar em alguns momentos), mas com todos os dados no formato que exige o pensamento científico. Espero, sinceramente, que vocês gostem e que a experiência sirva para alguma coisa!